terça-feira, 27 de julho de 2010

DÉCIMO SEGUNDO DIA

11/05/2010 – Após o café da manhã nós fomos a Praia. A água estava uma delicia, quentinha, mas tinha muito caranguejo (o pessoal chama esse bichinho de Croiça). Eu e o Alberto, nos acomodamos numa barraca de uma lanchonete à beira da praia e tomamos algumas cervejas, enquanto as mulheres se divertiam nas àguas do mar. A praia é Paradisíaca e possui uma bela paisagem de coqueirais.
Por volta das 12:00 horas, fomos almoçar num Restaurante localizado no centro histórico de Ilhéus e aproveitamos para conhecer a Catedral de São Sebastião, onde assistimos a missa. Considerada uma das mais bonitas igrejas do estado, a Catedral foi inaugurada em 1967 e reúnem em sua fachada detalhes minuciosos do estilo neoclássico, como vitrais artísticos, abóbodas e colunas. O exterior majestoso contrasta com o interior, bastante discreto e singelo. Na homilia o padre comentou que, por questão de segurança, vai colocar grandes de ferro na entrada principal da igreja para evitar ações de bandidos.
Conhecemos, também, a Igreja Matriz de São Jorge dos Ilhéus. Com uma arquitetura primitiva de encantadora beleza, a Igreja é a mais antiga da cidade, erguida em 1556. Além da imagem de São Jorge e do imenso painel que conta a história de Ilhéus, abriga o Museu de Arte Sacra, fundado em 1970. No acervo, valiosas imagens barrocas, alfaias – objetos para cultos e documentos sacros. Depois fomos conhecer o Convento e Igreja de Nossa Senhora da Piedade. Conjunto erguido em área urbana é um belíssimo exemplar da arquitetura neogótica. O interior da igreja é dotado de riquíssimo sacrário e na área do Convento funciona um colégio desde 1916, sob a direção das Irmãs Ursulinas. O Convento foi concluído em 1928 e domina uma das mais belas paisagens de Ilhéus. Hoje é também um local de realização de Congressos e Seminários. O conjunto fica na Rua Madre Thaís, no Alto da Piedade. No local também está o Museu Nossa Senhora da Piedade. O acervo do museu é composto de mobiliário antigo, louças, castiçais, crucifixos, diversos paramentos romanos usados por padres na celebração de missas, quadros e objetos diversos de uso pessoal de Madre Thaís, a fundadora do Instituto Nossa Senhora da Piedade em 1916. Das janelas, do pátio do museu e do final da rua que passa em frente o Convento, que pela altura em relação ao mar se transforma em um mirante, pode-se ter uma bonita vista da cidade e de várias praias. Não entramos, mas passamos ao lado e pudemos observar a Igreja da Vitória que foi construída no século XVI. Por ter sofrido pelo menos dois incêndios e muitas reformas, seu projeto arquitetônico foi inteiramente modificado, não apresentando nada de original. A Igreja está entre os templos mais antigos da Vila de São Jorge, que àquela época se chamava Nossa Senhora das Neves e depois teve o nome trocado para Nossa Senhora da Vitória ou das Vitórias.
Na volta conhecemos a Casa da Cultura Jorge Amado. Pagamos o ingresso e colocaram a nossa disposição um guia que se chama Vanderlei, cuja função é mostrar o local e contar sua história. Segundo ele, a família de Jorge Amado morava numa fazenda próxima ao Atual Distrito de Ferradas, município de Itabuna, em 1912, quando nasceu aquele que se tornaria o maior escritor da região cacaueira. A fazenda chamava-se Auricídia, que se transformou no nome da esposa de um personagem do autor, no livro Terras do Sem Fim. Em 1914, quando o pequeno Jorge estava com menos de dois anos de idade, o rio Cachoeira enfureceu-se, provocando uma das maiores enchentes de sua história.
Com este fato, muitas pessoas perderam suas plantações de cacau, dentre elas o coronel João Amado de Farias, pai do escritor, que se mudou então, com a família, para o bairro do Pontal, na baía do mesmo nome, arredores de Ilhéus. Empobrecidos, tendo perdido tudo, montaram uma Fábrica de tamancos, passando a sobreviver da renda do pequeno empreendimento. Com as economias poupadas comprou uma casa pobre, neste mesmo lugar, que tinha apenas uma porta e uma janela. Passado o tempo, João Amado tirou o primeiro prêmio da Loteria Federal, mandou construir no local do modesto barraco, o belíssimo palacete, com 582 m², que abriga hoje a Casa da Cultura de Jorge Amado. A construção teve início em 1920 e foi inaugurada em 1926. A casa tem um estilo próprio, sendo considerada eclética, com mistura do neoclássico e do colonial, na verdade, uma mistura de estilos. O piso é todo original, a madeira da casa é jacarandá trabalhado, madeira própria da região, de baixo custo e alto valor. Era muito usada nas casas, por trás das janelas, porque ficava inviável utilizar cortinas em tecido, já que todo tecido existente naquela época, em Ilhéus, era estrangeiro. O lustre da sala principal é de vidro, não é cristal verdadeiro, não é original, mas é da época.
As bandeiras das portas são trabalhadas em ferro fundido, estilo neoclássico francês. Existem também as bandeiras de vidro colorido em estilo colonial. O mármore da casa veio de Carrara, na Itália. Era muito encontrado e utilizado na época, de fácil aquisição, porque por Ilhéus passavam navios estrangeiros. O piso é todo original em Jacarandá e vinhático, formando quadrados em duas cores, trabalho bastante utilizado na época. Os ladrilhos que ornamentam a varanda são da época, em art-nouveau ingleses. Apresentam motivos náuticos e florais: barcos e orquídeas. Nesta casa Jorge Amado escreveu O País do Carnaval.
Um fato curioso que nos foi relatado pelo Vanderlei é que Jorge Amado, ainda garoto, tinha como distração a mania de, do alto da mansão, observar o que se passava pela cidade. Anotava tudo que via, pois, na época, já demonstrava aptidão para escritor. Via o encontro dos coronéis no Bar Vesúvio e acompanhava de perto tudo que acontecia na vida social da cidade. Por essa razão, acredita-se que o romance Gabriela, Cravo e Canela é uma mistura de ficção com realidade. O personagem de Nacib, marido de Gabriela no romance e que se popularizou quando a obra se transformou em novela da TV, foi questionado pelo Nacib de carne e osso que era cidadão de Ilhéus. O Senhor Nacib não achou nenhuma graça na história e jurou o escritor de morte. Conta-se que Jorge Amado ficou muitos anos sem aparecer em Ilhéus e que só retornou a cidade quando Nacib morreu. Conhecemos o Bar Vesúvio onde Gabriela e Nacib se encontrava na novela. A Vera e a Célia tiraram foto junto à estátua de Jorge Amado sentado, que fica no terraço de entrada do Bar no local aonde ele sempre sentava. Depois passamos em frente ao Teatro de Ilhéus e voltamos para o Hotel onde lanchamos.







Na foto ao lado: Catedral
de São Sebastião
em Ilhéus (BA).















Na foto ao lado:
Bar Vesúvio em Ilhéus – (BA).










Na foto ao lado:
Célia e Vera com a estátua
de Jorge Amado no
Bar Vesúvio em Ilhéus – (BA).









Na foto ao lado:
Vista de Ilhéus
de cima do Mirante
do Convento NS da Piedade
em Ilhéus – (BA).









Na foto ao lado:
Casa de Jorge Amado
em Ilhéus (BA).








Na foto ao lado:
Eu e o Alberto
na Praia dos Milionários
em Ilhéus – (BA).











Na foto ao lado: Célia e Vera na
Praia dos Milionários
em Ilhéus – (BA).

















Na foto ao lado: Convento e Capela
Nossa Senhora da Piedade
em Ilhéus – (BA).































Na foto ao lado: Igreja matriz
de São Jorge em Ilhéus - BA.

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